Sabina Guzzanti, diretora desse maravilhoso documentário, é humorista e fez uma das coisas que não se pode fazer na Itália de hoje: sátira a Silvio Berlusconi, que por acaso, é o Primeiro-Ministro e dono de um grande monopólio de canais de TV e jornais no país. Seu show humorístico “Raiot”, que foi um sucesso absoluto na TV pública RAI, foi cancelado por falar verdades que a maioria dos jornalistas estavam deixando de falar. Não só Sabina, mas os grandes ícones do jornalismo italiano que trabalhavam na RAI foram demitidos e trocados por funcionários das empresas de Berlusconi por criticarem o Primeiro-Ministro.

O modo como reagiram os jornalistas, o resto dos funcionários da RAI e os políticos a essa questão só pôs em evidência uma coisa: A Imprensa Italiana, assim como a maioria dos políticos, é uma farsa. O documentário se chama "Viva Zapatero" em homenagem ao primeiro Ministro da Espanha, que tem aplicado políticas de democratização da mídia, dentre elas a abolição da Lei que permitia ao Primeiro Ministro indicar os cargos de direção na TV pública. Graças a isso, a TVE espanhola goza de imensa autonomia e liberdade de expressão. O documentário é um alerta a sociedade européia e ao mundo, do perigo da mídia em se dobrar aos interesses corporativos.